quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Aparências


     Em certas ocasiões, julgamos os outros apenas pela aparência. Definimos e conceituamos a realidade a partir daquilo que nos sinaliza a aparência. Estacionamos assim, no exterior, e não conhecemos melhor as pessoas. Julgar pelas aparências é cometer injustiça. A maturidade vai além das simpatias e antipatias. Essas não podem ser a força que se impõem como parâmetro para decisões que envolvam outas pessoas. Querendo ou não, nós absorvemos a vida dos outros. E a forma com que absorvemos é que acaba sendo certo ou errada.
     Não temos o direito de aprisionar ninguém em rótulos que as primeiras impressões nos deixam. Todo mundo é sempre mais do que aquilo que imaginamos. Estamos propensos a ter sempre o pé atrás e nunca acreditar em ninguém. A sociedade nos ensina a desconfiar de tudo e de todos, e isso não é ruim. Porém, precisamos acreditar nas pessoas, sem querer que elas sejam o que queremos. Todo mundo quer acertar na vida, cremos nisso. Ninguém se autodenomina infeliz por assim querer. Enxergar além das aparências é acreditar que todo mundo quer ser feliz, mesmo se não houver êxito. Nossa visão tem que focar o que a pessoa tem de bom e não aquilo que acreditamos que seja bom, um coisa é diferente da outra. Somos únicos e não cópias.
     É tão bom quando somos acreditados. Mesmo quando as primeiras impressões não agradam tanto assim. É bom quando enxergamos o que as pessoas tem no coração. Quando damos chance para os outros tentarem, mesmo errando, nos conquistar de uma forma que não é a nossa, e sim, a dele. Nosso olhar é precário e incompreensivo. Por isso mesmo, temos a obrigação de dar uma chance aos outros e a nós mesmo de acontecermos, mesmo sabendo realmente quem somos. Um bom começo seria olhar primeiro para nós. Quando percebermos o quanto em nós precisa ser mudado, daí então estaremos bem aptos a ajudar os outros.


Eli Negreiros

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