Ah! Se fosse fácil caminhar… não cairíamos tanto assim. Os caminhos, todos eles, do bem ou não, são apresentados de uma única forma a nós. Às vezes é muito explicito qual é qual, outras vezes não. A diferença está na nossa ótica, em como vemos e em como nos permitimos seguir nesses caminhos. Nem sempre escolhemos o melhor porque nem sempre somos os melhores. É uma luta constante para ser bom. O nosso rosto é porta de entrada, se há um disfarce então ele deixa de ser referência e passa a ser farsa. Para isso existem as máscaras. O ser humano, por mais que seja a criação mais perfeita, é deficiente.
Quantos de nós esperamos algo sem saber o quê? Quantas vezes partimos em dor por esperar quem nunca chegou? Quantos já encontraram uma parede resistente num coração que tentou entrar? Quantos? O caminho é feito de distâncias, justamente para que possamos caminhar, se não fosse assim não seria caminho, seria atalho. Esse percurso longo é feito passo a passo. Fomos criados para a superação, para crescer. Desde os primeiros passos, caímos, superamos e crescemos. Estamos inseridos num desafio do tempo, numa escalada de paciência onde o tempo já tem dono (Deus). Somos lotados de muitas possibilidades e poucas vias que nos levam ao bem. A construção acontece nos passos, do início ao fim.Trilhando nessa essência, a descoberta do percurso, descobrimos a alegria de se manter no chão. Não importa qual é a direção, para ser bom basta começar com o chão. Até os vôos começam no chão. A cruz que sustentou Jesus foi sustentada pelo chão. Perceber o tempo e a perenidade da vocação, descobrir-se atemporal na vivência do sagrado que há em nós, cada um de nós – carne perfeita que busca a perfeição na morte diária. As nossas fragilidades dão impulso para a nossa superação e não nos deixam parar nos limites, nas dores, nos fins. Somos caminhantes! Transcenderemos essa condição quando dermos significados às dores do tempo por essas vias que nos levam a eternidade.
Paz e fogo a todos!
Eli Negreiros