quinta-feira, 3 de março de 2011

Somos caminhantes

Ah! Se fosse fácil caminhar… não cairíamos tanto assim. Os caminhos, todos eles, do bem ou não, são apresentados de uma única forma a nós. Às vezes é muito explicito qual é qual, outras vezes não. A diferença está na nossa ótica, em como vemos e em como nos permitimos seguir nesses caminhos. Nem sempre escolhemos o melhor porque nem sempre somos os melhores. É uma luta constante para ser bom. O nosso rosto é porta de entrada, se há um disfarce então ele deixa de ser referência e passa a ser farsa. Para isso existem as máscaras. O ser humano, por mais que seja a criação mais perfeita, é deficiente.
     Quantos de nós esperamos algo sem saber o quê? Quantas vezes partimos em dor por esperar quem nunca chegou? Quantos já encontraram uma parede resistente num coração que tentou entrar? Quantos? O caminho é feito de distâncias, justamente para que possamos caminhar, se não fosse assim não seria caminho, seria atalho. Esse percurso longo é feito passo a passo. Fomos criados para a superação, para crescer. Desde os primeiros passos, caímos, superamos e crescemos. Estamos inseridos num desafio do tempo, numa escalada de paciência onde o tempo já tem dono (Deus). Somos lotados de muitas possibilidades e poucas vias que nos levam ao bem. A construção acontece nos passos, do início ao fim.
     Trilhando nessa essência, a descoberta do percurso, descobrimos a alegria de se manter no chão. Não importa qual é a direção, para ser bom basta começar com o chão. Até os vôos começam no chão. A cruz que sustentou Jesus foi sustentada pelo chão. Perceber o tempo e a perenidade da vocação, descobrir-se atemporal na vivência do sagrado que há em nós, cada um de nós – carne perfeita que busca a perfeição na morte diária. As nossas fragilidades dão impulso para a nossa superação e não nos deixam parar nos limites, nas dores, nos fins. Somos caminhantes! Transcenderemos essa condição quando dermos significados às dores do tempo por essas vias que nos levam a eternidade.

Paz e fogo a todos!
Eli Negreiros

Carta aos meus segredos

Por onde começar ainda não sei. Talvez, por causa do cansaço, comece pelo fim. Meu passo se encheu pressa, meu braço se encheu de peso. ...